quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Você se importa com a lista das impressões do francês?

Recentemente um francês causou uma balbúrdia na internet por conta da sua lista de impressões sobre o Brasil.

Ao ler a tal lista, encaminhei a um amigo para que ele  se divertisse também; confesso, com certo desconforto, que havia um outro objetivo subliminar no meu intento. 

Eu, no fundo, queria conhecer a reação dele. 

Em resposta, ele foi diplomático, ressaltando os pontos dos quais havia gostado, como o item 61 (the beauty, the joy), os itens cliclês que a maioria dos gringos diz ao nosso respeito, e por fim, como se não resistisse, pontuou que os franceses deveriam aprender a escovar os dentes depois do almoço.

Até receber o e-mail resposta, eu não havia eleito o item que mais havia chamado a minha atenção. Por isso, reli as impressões do francês.

E a que mais me saltou aos olhos foi a do item 5:

"Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma maquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem em termos de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem consertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo…"

Mais do que as impressões, alguns comentários defensivos provocaram a minha reflexão; talvez pelo fato de já ter ouvido dos meus amigos colombianos, argentinos, bolivianos, peruanos algo semelhante: "nós podemos falar mal do nosso país, os gringos não". 

"Por quê? Você já parou pra pensar nisso?

Eu tenho uma suspeita. Nós gostaríamos de ser um país desenvolvido, porém nos falta uma caminhada tortuosa. O espelho virtual faz questão de nos lembrar. Além disso,  temos vestígios de uma mentalidade provinciana, e nos importamos com qualquer coisa que digam a respeito do Brasil, porque parece que a nossa identidade ainda depende do que o outro diz… e isso é uma prova quase palpável (pra mim) da nossa imaturidade como nação. 

Isso me lembrou daquele evento em que um francês falou em cadeia internacional que estávamos atrasados com o compromisso da copa (o que é verdade) e que seria preciso alguém chutar o nosso traseiro para acelerar. 

"O que aconteceu?"

Ficamos indignados e alguém do governo, por fim, para agradar os filhos da mãe gentil, disse que com esse sujeito sem classe não negociaríamos mais. 

O Brasil é o retrato de nós mesmos, não sabemos lavar, passar, cozinhar, pregar um botão, porém queremos um país pronto.

(Por favor, não me venha dizer que você sabe lavar, passar, cozinhar, pregar um botão, porque nós fazemos parte de uma minoria e essa minoria não é  o reflexo da nossa cultura ainda).

É óbvio e difícil, ao mesmo tempo, temos que mudar bastante no nosso dia a dia. A nova geração vê isso melhor que ninguém, ao que parece. 

"Estou disposta a mudar, ou melhor, estou em construção, e você?"


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